por Monica Vilhena
"Vou convidá-lo para uma sessão virtual de Biodanza. Acho que pode ser mais ilustrativo do que tentar passar um monte de informações teóricas.
Imagine que você entra numa sala grande confortável, com varias pessoas – homens e mulheres sentados no chão em roda falando sobre o que vivenciou durante a sessão anterior. A troca de experiências e o relato vivencial chamamos “intimidade verbal”. Neste momento, cada um ou aquele que desejar relata a sua experiência e pode acrescentar outros dados de sua vida. Não se faz análise ou se busca explicações para isso ou aquilo. Apenas contamos uns aos outros, o que sentimos e o grupo ouve afetivamente.
Afeto, escuta e aceitação sem buscar explicar nada.. Esse é o substrato básico para todo o trabalho de Biodanza. O profundo respeito pelo outro, como é, do jeito que é. Não é uma sessão de psicoterapia. È a escuta afetiva, é o coração e não a mente que vai nos guiar. Portanto não se analisa nem se busca explicações. Apenas se ouve com o coração.
Sentindo o próximo momento, o facilitador então propõe o tema da sessão ou então passa diretamente ao convite para formar-se uma roda.
Em geral começamos por uma roda. Arquétipo universal do movimento da vida: circular, sistêmica; cada elemento faz parte do todo e o todo é composto por todos os elementos. Começa aqui a grande ciranda da vida. Ligados pelas mãos, unidos pelo olhar a energia vai rolando entre as pessoas e sem nos darmos conta uma alegria vai emergindo dentro de cada um e contagiando o grupo.
Ah! Claro, a música tem tudo a ver com isso. O grande indutor universal da emoção. Uma música rítmica, alegre, com uma letra positiva, amorosa, sensual, afetiva. Pode também ser uma música mais melódica, que induza os movimentos mais fluidos, quase ondulantes em que todo o grupo desliza sinuosamente pela sala. Cada música e cada exercício vai evocar um movimento e com ele uma emoção.
A proposta seguinte pode ser uma sincronização rítmica, por exemplo. De mãos dadas, frente a frente o meu ritmo vai sincronizar-se com o ritmo da pessoa que eu convidei para dançar. Nasce um diálogo entre os movimentos, onde a escuta está presente, mas, nasce também um terceiro ritmo, que não é mais o meu, nem o da pessoa. É o nosso ritmo. Propositalmente, o facilitador propõe uma troca. Novo diálogo psicotonico, nova adaptação, nova emoção. O meu corpo está me falando o tempo todo dessas mudanças. Percebo se estou mais rígido ou se levo mais tempo para adaptar-me ás mudanças; se vou sem pensar e encaro com disposição o novo. Percebo que com esta ou aquela pessoa é mais fácil; sinto quando quero impor meu ritmo ou como eu sinalizo que não quero ser dominado ....Ninguém fala nada, apenas escuto o meu corpo.
Várias trocas e outros exercícios, sempre associados a uma música especifica, vão se sucedendo para deflagrar as vivencias de cada situação proposta. A vivencia é a chave mestra de todo o processo. A vivencia é a emoção vivida no instante mesmo. No aqui e agora. Quanto maior a entrega ao momento vivido, ao aqui e agora, maior possibilidade de ir-se integrando todos os nossos potencias de vida. Por isso não se analisa, não se pensa, não racionalizamos o que não pode ser contado, mas vivenciado. Quanto mais presente eu estiver naquela relação, naquela proposta, maior será a possibilidade de eu me perceber por inteira, não por partes ou por órgãos.
Sentir a vida pulsando dentro de mim, sentir que a alegria de viver está presente em todos os meus órgãos, se recriando a todo o instante, buscando a saúde, apesar dos maus tratos que eu inflijo a meu corpo.
Sentir que eu posso recriar a minha existência, a partir dos meus próprios gestos. Sentir que existe mais amor dentro e fora de mim do que eu própria podia imaginar. Sentir que o meu corpo é fonte de prazer, de sensualidade e de comunicação com o mundo.
Vivenciar a experiência máxima de estar vivo e interagindo com os outros, com o planeta é tornar-se integro, uno com a própria vida.
Assim, nas palavras de Rolando Toro :
“Biodanza é um sistema que favorece o desenvolvimento e integração dos potenciais humanos e a renovação existencial através de vivencias integradoras induzidas pela música, pelo movimento e pelo encontro.”
Yubliss mantém um fórum aberto sobre Biodanza. Cadastre-se e participe.
IRMANE-C PELA PAZ
ResponderExcluir(Irmane-se pela Paz)
Espaço consagrado ao Despertar da Consciência e Sentimento Planetário,através da Arte de Viver em Paz...
Na manifestação de toda gratidão daqueles que participaram ,dos Encontros de Biodanza em Macaé e do Congresso de Biodanza (com a presença solar de seu criador) no Rio de Janeiro ,na parceria do Irmane-C com o Núcleo de Biodanza de Macaé,participa com pesar e prezar:
ROLANDO TORO ARANEDA faleceu nesta tarde de terça-feira, 16 de fevereiro de 2010.
Psicólogo e antropólogo chileno, nascido em 1924, é o criador do Sistema Biodanza®. Ocupou a cátedra de Psicologia da Arte e da Expressão no Instituo de Estética da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Foi docente do Centro de Estudos de Antropologia Médica da Escola de Medicina da Universidade do Chile. Realizou pesquisas sobre a expansão da consciência e sobre a criatividade.
Rolando Toro buscou sua inspiração em fontes antropológicas e etológicas. Foi também poeta e pintor. Lutador da paz e incansável na busca do amor e da integração da humanidade, Toro viveu no Chile, Argentina, Brasil e Itália. Até o momento da morte, ele foi presidente da Biocentric International Foundation (IBF), entidade que coordena o sistema Biodanza em todo o mundo, e continuava a viajar por toda a Europa, América, África e Ásia expandindo seu trabalho.
Amar não é fácil
Ainda mais amar
Sem condição
Entregue a Deus
Fogo fáctuo
Rolando em ato
Indefinida-mente
Dança com as estrelas!
Sow
Sandra O. Wyatt
Irmanados estamos.
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